Bom dia, queridos leitores!
Depois de tanto tempo sem escrever, de repente, a inspiração me chamou e
resolvi voltar. Vinha querendo voltar há tempos, mas, como sempre, a vida chama
para tanta coisa que a cabeça não dá conta de tudo.
Nesse período em que fiquei
afastada me aconteceram muitas coisas. Entre estudos, trabalhos e
contatos, novas ideias e impressões vieram me transformando. O cabelo continua
vermelho, a alma continua ruiva e o horizonte, agora, parece um pouco mais
claro.
Há alguns dias, quando ainda pensava em voltar com o blog antigo, estive pensando
em coisas que gosto de fazer no Rio e que nunca irão entrar no roteiro para
nenhum turista. E eu não sou turista, sou residente na cidade, onde também
nasci e de onde me mudei antes de completar um ano, para só retornar perto de
completar doze. No entanto, só consegui pensar em como muitas das minhas ideias
agradariam quem estivesse por aqui só de passagem.
Então me lembrei que, de
passagem, eu também estou. Não é a sensação de pertencimento que me faz
contemplar os espaços e desejar ser parte deles, mas a falta dela. Talvez por
ter saído muito cedo de casa, entendi que meu lugar é o mundo e que, em cada
ponto da sua superfície, sempre estarei de passagem.
Às vezes em períodos longos, em outras,
curtos, mas, em todas, as passagens são estágios que engordam o currículo da
nossa vida. Lembro-me da bela canção de Jorge Drexler que diz: “hay gente que es de um lugar, no es mi
caso; yo estoy aquí, yo estoy aquí de paso”, e é isso mesmo, estar de
passagem nos faz romper amarras e viver plenamente nossas experiências (a ideia
de romper amarras me fez lembrar de outra canção de Jorge Drexler, mas dessa eu
falo depois).
Por isso, compartilho com vocês essa
percepção e lanço como proposta o olhar, ainda que momentaneamente, de alguém
que está de passagem pelos lugares onde estamos diariamente. Acreditem, eles
guardam surpresas, e das grandes! As experiências mais marcantes surgem
aparentemente por acaso, só cabe a nós a abertura para que elas aconteçam.